Violência nas ruas do Rio: Vendedor de balas é agredido por justiceiros em engano trágico

Onda de “justiceiros” em Copacabana causa agressão a vendedor de balas

Uma onda de violência tem deixado os moradores de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, assustados. Depois da crescente no número de assaltos da região, algumas pessoas decidiram intervir e fazer “justiça” com as próprias mãos. Contudo, a atitude fez com que um vendedor de balas terminasse sendo agredido ao ser confundido com um ladrão, nesta quarta-feira (6).

Segundo o depoimento de Matheus Almeida à TV Globo, ele estava trabalhando quando foi surpreendido pelo garçom de um restaurante do bairro. O homem deferiu socos em seu rosto. “Sou pai de família, trabalho honestamente. Sou trabalhador, todo mundo sabe. Olha como eu me visto, não sou mendigo, não sou cracudo. Eu saí lá de Santa Cruz, tenho uma filha, uma esposa e preciso levar alimentação para casa. Não preciso roubar nada de ninguém. Meu negócio é trabalhar”, disse o rapaz, mostrando os ferimentos. Veja:

Desde que grupos de criminosos começaram a aterrorizar pessoas que frequentavam os arredores das praias da região, moradores se organizaram para “caçar” bandidos usando a violência física. Prints de conversas de WhatsApp mostram conversas nas quais os autodenominados “justiceiros” exibem acessórios para agredir os suspeitos.

“Eu vou partir assim [com soco-inglês], quebrar osso da cara. Deixar eles [sic] pior do que eles deixaram o coroa”, disse um integrante, fazendo referência a um idoso que foi atacado por assaltantes recentemente. O empresário levou um soco no rosto e desmaiou na calçada.

Novas imagens mostram bando assaltando do Arpoador a Copacabana minutos antes de roubo e agressão a empresário
Outras três pessoas foram roubadas ou furtadas na saída da praia do Arpoador e na Rua Francisco Otaviano.

A Polícia Civil já está investigando os acontecimentos e pretende identificar os envolvidos através das imagens de câmeras de segurança. Segundo o artigo 345 do Código Penal Brasileiro, “fazer justiça com as próprias mãos” é crime e iguala os agressores aos demais bandidos. “Justiceiro é o berço da milícia. É exatamente isso, um grupo que se acha acima do bem e do mal, que se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E antes da milícia, nós tínhamos os grupos de extermínio. Praticam crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, são todos eles criminosos. O justiceiro é criminoso”, afirmou o secretário de Segurança do Rio, Victor Santos.

As autoridades ainda garantiram terem criado um plano de ação para evitar que novos crimes sejam cometidos no bairro. Na chamada “Operação Verão”, mais viaturas serão distribuídas ao longo da Avenida Nossa Senhora de Copacabana entre 18h e 23h. Depois disso, o “corredor de segurança” será reposicionado ao longo da Avenida Atlântica, no famoso calçadão.

Como podemos ver, a violência em Copacabana tem se intensificado e as consequências dessa onda de “justiceiros” são cada vez mais graves. A agressão ao vendedor de balas é um exemplo claro de como a ação impensada e violenta pode acabar atingindo pessoas inocentes.

É importante ressaltar que a atitude de fazer justiça com as próprias mãos é ilegal e não traz soluções efetivas para o problema da criminalidade. A polícia precisa ser acionada e cabe a ela o papel de investigar e punir os criminosos de acordo com a lei.

Agora, mais do que nunca, é preciso que a população confie nas autoridades competentes e colabore fornecendo informações que possam auxiliar nas investigações. Somente com o trabalho conjunto entre comunidade e polícia será possível combater a onda de violência que assola Copacabana.

Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião sobre esse cenário preocupante. O que você acha que deve ser feito para garantir a segurança dos moradores e visitantes da região?

rogerioribeiro

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